Repórter São Paulo – SP – Brasil

Pedalar pode reduzir e organizar atividade cerebral, aponta estudo publicado na revista Plos One, beneficiando pacientes com Parkinson.

Um estudo recentemente publicado na revista Plos One revelou informações promissoras sobre os benefícios da prática de pedalar para a atividade cerebral. A pesquisa, realizada por pesquisadores das universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Paraná (UFPR), em conjunto com instituições do Reino Unido, destaca que pedalar pode não apenas reduzir a atividade cerebral, mas também organizar e ativar sistemas que produzem dopamina.

Para alcançar esses resultados, os pesquisadores observaram a atividade elétrica cerebral de 24 participantes saudáveis, utilizando eletrodos fixados no couro cabeludo. Durante o experimento, os participantes tiveram sua atividade cerebral registrada em dois momentos distintos: em repouso e enquanto pedalavam em bicicletas ergométricas. A escolha por esse modelo de bicicleta foi justificada pela facilidade de registrar a atividade cerebral sem interferências externas, como ruídos de trânsito.

Os resultados obtidos mostraram que a atividade cerebral durante a pedalada era menor e mais organizada do que em repouso. Isso indica que, ao pedalar, o cérebro consegue se concentrar na ativação de um conjunto específico de neurônios. Segundo o neurocientista responsável pelo estudo, John Fontenele Araújo, essa organização da atividade cerebral durante a prática de pedalar pode ter impactos significativos no tratamento de doenças neurodegenerativas, como o Parkinson.

No caso do Parkinson, a pesquisa sugere que a pedalada pode ajudar a reduzir sintomas como tremores, proporcionando uma melhora na qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a estimulação dos circuitos de dopamina durante a atividade física pode contribuir para prevenir doenças degenerativas de maneira geral, destacando a importância dos exercícios físicos na manutenção da saúde cerebral.

A longo prazo, a prática de pedalar pode contribuir para diminuir os tremores associados ao Parkinson, embora não elimine completamente os sintomas. A expectativa dos pesquisadores é que, no futuro, novos tratamentos medicamentosos possam ser desenvolvidos para interromper o avanço da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes acometidos por essa condição.

Em resumo, os resultados desse estudo reforçam a importância da atividade física, como pedalar, não apenas para a saúde do corpo, mas também para a saúde cerebral, com potenciais benefícios no tratamento de doenças neurodegenerativas.

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