Para alcançar esses resultados, os pesquisadores observaram a atividade elétrica cerebral de 24 participantes saudáveis, utilizando eletrodos fixados no couro cabeludo. Durante o experimento, os participantes tiveram sua atividade cerebral registrada em dois momentos distintos: em repouso e enquanto pedalavam em bicicletas ergométricas. A escolha por esse modelo de bicicleta foi justificada pela facilidade de registrar a atividade cerebral sem interferências externas, como ruídos de trânsito.
Os resultados obtidos mostraram que a atividade cerebral durante a pedalada era menor e mais organizada do que em repouso. Isso indica que, ao pedalar, o cérebro consegue se concentrar na ativação de um conjunto específico de neurônios. Segundo o neurocientista responsável pelo estudo, John Fontenele Araújo, essa organização da atividade cerebral durante a prática de pedalar pode ter impactos significativos no tratamento de doenças neurodegenerativas, como o Parkinson.
No caso do Parkinson, a pesquisa sugere que a pedalada pode ajudar a reduzir sintomas como tremores, proporcionando uma melhora na qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a estimulação dos circuitos de dopamina durante a atividade física pode contribuir para prevenir doenças degenerativas de maneira geral, destacando a importância dos exercícios físicos na manutenção da saúde cerebral.
A longo prazo, a prática de pedalar pode contribuir para diminuir os tremores associados ao Parkinson, embora não elimine completamente os sintomas. A expectativa dos pesquisadores é que, no futuro, novos tratamentos medicamentosos possam ser desenvolvidos para interromper o avanço da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes acometidos por essa condição.
Em resumo, os resultados desse estudo reforçam a importância da atividade física, como pedalar, não apenas para a saúde do corpo, mas também para a saúde cerebral, com potenciais benefícios no tratamento de doenças neurodegenerativas.