No entanto, apesar desses aspectos positivos, o palco não foi totalmente aproveitado, pois o público foi menor do que o esperado. A localização distante do New Dance Order em relação às principais áreas do festival e a presença de diversos estandes de marcas no percurso contribuíram para essa diminuição de público. Além disso, a chuva do sábado deixou o chão enlameado, o que também afastou algumas pessoas. Poucas medidas foram tomadas para minimizar os danos causados pela lama.
Essa situação de potencial e descaso reflete, de certa forma, a relação entre a cena da música eletrônica de São Paulo e o poder público. Embora São Paulo seja uma das maiores cidades do mundo, ainda não reconhece plenamente os artistas e agentes da cena eletrônica como parte integrante da cultura da cidade, como acontece em outras capitais, como Berlim.
No entanto, o Brasil vive atualmente um boom de festivais de música eletrônica, atraindo grifes internacionais e contando com um público ativo. O The Town, local onde acontece o festival, é um dos principais redutos da música eletrônica no país. Isso pode ser comprovado pelo fato de que o DJ Alok, conhecido pela sua abordagem mais comercial, não foi escalado para se apresentar no palco New Dance Order, mas sim no palco principal do festival.
Apesar das críticas em relação à localização e aos desafios enfrentados com a chuva e a lama, o palco New Dance Order continuará recebendo artistas renomados nos próximos dias do festival. A curadoria está em sintonia, trazendo tanto artistas internacionais quanto selos locais. É importante ressaltar que, na música eletrônica, as melhores festas costumam surgir do underground, e essa cena continua viva em São Paulo.