O concurso dividiu as sugestões em cinco categorias: Executivo, Legislativo, Judiciário, órgãos independentes e palavra mais crítica. No Executivo, a palavra escolhida como a pior de 2023 foi “ageusia”, utilizada para descrever um sintoma da covid-19, mas que poderia ser substituída por “perda do paladar” para facilitar a compreensão. No Legislativo, a expressão “ordem do dia” foi considerada a mais problemática, representando a fase da sessão em que os parlamentares discutem e votam propostas.
No Judiciário, “atermação” foi eleita a pior palavra, representando um meio de acessar a Justiça sem advogado, mas que poderia ser substituída por “entrar com ação judicial”. Na categoria dos órgãos independentes, o termo escolhido foi “jurisdicionado”, referente a qualquer pessoa ou instituição que pode ser fiscalizada por receber verba pública. Por fim, a palavra “logradouro”, que significa endereço, foi apontada como a mais crítica por se tratar de um item de um formulário de preenchimento obrigatório para se obter diversos direitos.
O concurso permite que os participantes indicassem termos públicos de difícil entendimento, que fossem utilizados para esconder ou minimizar o real significado de informações e que dificultassem a navegação em sites e aplicativos governamentais. Os termos indicados foram avaliados por uma banca julgadora de acordo com critérios de alcance, criticidade e incompreensibilidade.
A iniciativa das organizações Conexão Inovação Pública e Linguagem Simples Lab contou com representantes de cinco outras instituições, e os órgãos responsáveis pelos termos selecionados serão informados do resultado do concurso, com sugestões de alteração dos textos. O júri do concurso foi composto por representantes das organizações realizadoras, bem como de outras instituições, como a Associação Brasileira de Comunicação Pública, o Instituto de Defesa do Consumidor e o Tribunal de Contas da União.
Em suma, o concurso teve como objetivo evidenciar a necessidade de uma comunicação mais clara e acessível entre o poder público e a população, visando ampliar a transparência e a compreensão das informações governamentais. Através da identificação e substituição de termos problemáticos, espera-se melhorar a relação entre o Estado e os cidadãos.