Lancellotti, que é pároco, está sob a mira da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil). A CPI pode ser instalada na Câmara Municipal de São Paulo em fevereiro. Além disso, o presidente da Casa, Milton Leite (União), declarou que levará denúncias contra o padre ao Vaticano.
O ato que será realizado na próxima segunda-feira é organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que mobilizaram uma série de manifestações em defesa da democracia durante o governo de Jair Bolsonaro. De acordo com os organizadores, Lancellotti já confirmou sua participação no evento.
O coordenador nacional da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim, critica a investida contra o padre e repudia as insinuações feitas por parlamentares sobre supostas denúncias graves não reveladas.
Bonfim ainda destaca que Milton Leite e Rubinho Nunes são aliados na Câmara Municipal e têm interesse nos setores da especulação imobiliária, o que pode motivar a ofensiva contra Lancellotti. O trabalho do padre em defesa da população em situação de rua incomoda esses setores, que desejam remover pessoas das ruas do centro para valorizar seus negócios.
O dirigente da central também ressalta que a extrema direita está perseguindo um cristão que trabalha para os mais necessitados, contradizendo a retórica comum de que é a esquerda que persegue cristãos.
Por fim, Bonfim enfatiza que Lancellotti já foi alvo de perseguições em diversas ocasiões, mas as denúncias não resultaram em nada. Sua atuação vai de encontro aos interesses de poderosos.