Padrasto é condenado pela morte do menino Joaquim em caso que chocou cidade de Ribeirão Preto.

Após seis dias de julgamento em Ribeirão Preto, Guilherme Raymo Longo, padrasto do garoto Joaquim Ponte Marques, foi condenado pela morte do menino, que ocorreu há dez anos. Por outro lado, a mãe do garoto, a psicóloga Natália Mingoni Ponte, foi inocentada. A sentença ainda está sujeita a recurso.

A morte de Joaquim é considerada um dos crimes mais chocantes na história da cidade do interior paulista. O garoto desapareceu em 5 de novembro de 2013 e seu corpo foi encontrado cinco dias depois no rio Pardo, em Barretos.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Longo teria matado o enteado, que era diabético, com uma alta dosagem de insulina dentro de casa, e em seguida jogou o corpo no córrego Tanquinho, próximo à residência. Posteriormente, o corpo foi levado até o rio Pardo. O padrasto foi condenado por homicídio triplamente qualificado, sendo considerados como circunstâncias agravantes o motivo fútil, o meio cruel e o recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Durante o julgamento, foram ouvidas cerca de 30 pessoas, incluindo familiares dos dois acusados, peritos, médicos e o pai de Joaquim. Os depoimentos mais relevantes foram dos acusados. Natália afirmou que acreditava que Longo tinha matado seu filho. Já o padrasto, em seu depoimento, alegou ter fugido para a Espanha em 2016 para escapar de ameaças de traficantes, além de mencionar seu histórico de consumo de drogas.

Enquanto Longo foi condenado por homicídio triplamente qualificado, Natália foi julgada por omissão. Segundo o Ministério Público, ela tinha capacidade para afastar o filho do convívio com o padrasto, mas não o fez. No entanto, sua defesa sempre negou a omissão.

A decisão foi proferida por um júri formado por sete pessoas, a maioria mulheres, selecionados previamente. Ao longo do julgamento, a defesa de Longo afirmou que não havia provas que o incriminassem, enquanto a defesa de Natália buscou convencer os jurados de que a acusação contra ela não procedia.

A tragédia começou quando Natália e Longo se conheceram em uma clínica de reabilitação, onde ele estava internado para tratamento de drogas. O casal começou a morar junto quando Natália engravidou pela segunda vez. Joaquim tinha apenas três anos de idade. Segundo a Promotoria, Longo voltou a fazer uso de drogas após o nascimento do filho e passou a ter um comportamento agressivo, manifestando ciúmes e reclamando dos cuidados de Natália com Joaquim.

No dia do desaparecimento, a família comunicou à polícia que o menino havia sumido. A investigação apontou que Longo teria injetado uma superdosagem de insulina em Joaquim após ficar irritado com ele. Em seguida, Longo teria jogado o corpo da criança no córrego Tanquinho, que deságua no rio Pardo. Natália foi denunciada por suposta omissão, mas foi liberada e aguardava o julgamento em liberdade.

Longo, por sua vez, está preso na Penitenciária 2 de Tremembé desde que foi extraditado pela Espanha em 2017. Anteriormente, em 2016, ele havia confessado o crime em uma entrevista, mas sua defesa sempre alegou inocência. Agora, os jurados têm a tarefa de decidir a culpabilidade de Longo e Natália.

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