Operação Escudo na Baixada Santista: Famílias contestam versão policial e pedem exumação de corpos

Na última semana, uma comitiva formada por organizações de direitos humanos viajou para a região da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, para investigar denúncias de supostos abusos e violações cometidas por agentes da Polícia Militar (PM). O grupo foi recebido por familiares das vítimas, que estavam apreensivos e nervosos, ainda em luto, vestidos com camisetas estampadas com fotos das vítimas, alguns com terços na mão, pedindo justiça.

A mãe de um dos mortos afirmou que deseja pedir a exumação do corpo do filho, contestando a versão dada pela polícia de que o jovem teria sido alvejado e suspeitando que ele tenha sido torturado. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) está dificultando o acesso aos laudos, e moradores questionam a versão oficial sobre as mortes.

A OAB denunciou que a Operação Escudo deveria ser chamada de Operação Terrorismo devido a “evidências de prática de terrorismo de Estado”. O coordenador do núcleo de direito antidiscriminatório da OAB, Flávio Roberto Campos, criticou a ação dos agentes da PM, afirmando que estes se sentem autorizados devido a uma suposta normalização dessas ações.

Por outro lado, a SSP afirmou, em nota, que as forças de segurança atuam no estrito cumprimento do dever constitucional e que todos os casos de morte em confronto são rigorosamente investigados. Durante a Operação Verão na Baixada Santista, 604 criminosos foram presos, incluindo 217 procurados pela Justiça, e foram apreendidos mais de 113 quilos de drogas e 68 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito.

Além das questões de segurança pública, a noite de sábado (17), foi marcada pela presença de personalidades no Desfile das Campeãs do Carnaval paulistano. A cantora Karol Conká, o vice-governador paulista Felicio Ramuth e a apresentadora Helen Ganzarolli estiveram presentes no evento, que aconteceu no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo.

Com a presença de diversas autoridades e comitivas de direitos humanos, a situação na Baixada Santista continua sendo investigada, enquanto a população da região andava apreensiva e temerosa sobre as ações da PM.

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