De acordo com a ONU, o salário de um indivíduo não deve ser determinado apenas pelas habilidades e qualificações que ele possui, mas também pela sua responsabilidade social. A ideia central é que aqueles que desempenham funções de maior relevância para o bem-estar coletivo devem receber uma remuneração condizente.
A organização ressalta que, atualmente, há uma grande disparidade na distribuição de renda em vários países. Enquanto alguns trabalhadores recebem salários exorbitantes, outros mal conseguem sobreviver com o que ganham. Isso gera uma série de desigualdades sociais que precisam ser corrigidas urgentemente.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em entrevista coletiva que é preciso repensar o sistema de remuneração atual. Ele afirmou que “uma pessoa que contribui significativamente para a sociedade, seja na área da saúde, educação, assistência social, entre outras, deve receber um salário digno”.
Guterres também destacou a importância de valorizar profissionais que desempenham funções essenciais, como os da área da saúde. Segundo ele, a pandemia de Covid-19 evidenciou a importância desses trabalhadores e a necessidade de reconhecê-los devidamente.
A proposta da ONU não sugere uma padronização dos salários, mas sim uma avaliação mais justa e criteriosa. Dessa forma, os trabalhadores que estão na linha de frente no combate à pandemia, por exemplo, receberiam um incremento em suas remunerações, enquanto aqueles que desempenham funções menos impactantes teriam uma menor valorização.
Cabe ressaltar que essa proposta da ONU não é vinculante, ou seja, cabe a cada país decidir se adota ou não essas medidas. No entanto, a entidade espera que esse debate seja ampliado e que os governos se sensibilizem para a importância de proporcionar uma remuneração justa e condizente com as contribuições de cada trabalhador para a sociedade.
No Brasil, o assunto ainda é pouco discutido, mas alguns especialistas acreditam que é necessário repensar o sistema atual, marcado por profundas desigualdades salariais. Eles defendem que a valorização dos trabalhadores é fundamental para o desenvolvimento do país e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Com essa visão, a proposta da ONU ganha cada vez mais relevância e pode se tornar pauta de discussões futuras.