Aos 40 anos, o brasileiro Rafael Rozenszajn se tornou o major responsável por comunicar aos familiares israelenses sobre a morte de seus entes durante a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Integrante da Unidade de Porta-Vozes das Forças de Defesa de Israel (IDF), Rozenszajn foi o único brasileiro a integrar a missão. Com 20 anos de experiência no Exército de Israel, ele possuí formação em advocacia, mas desde o começo do conflito precisou cumprir a difícil tarefa de comunicar as trágicas notícias às famílias israelenses.
Durante uma entrevista gravada por vídeo ao Congresso em Foco na última quarta-feira (15), Rozenszajn relatou sua trajetória até chegar a esse momento e ser porta-voz da notícia para a morte dessas famílias. Segundo o brasileiro, o grupo terrorista Hamas invadiu o território de Israel, assassinando 1,2 mil pessoas, a grande maioria civis. Entre suas atrocidades, Rozenszajn relatou que as vítimas do Hamas foram, em sua maioria, mulheres entre 14 e 20 anos, que foram fuziladas durante um festival de música.
O major conta que teve de passar na casa de várias pessoas para dar a trágica notícia de morte de familiares, incluindo a casa de alguns bebês gêmeos que foram encontrados por soldados após 10 horas em um bunker. Além disso, apenas quando uma quantidade de mais ou menos 200 corpos não foram identificados, foi informado que alguns corpos teriam de ser enterrados em valas comuns.
Sobre a atuação de Israel que, em um ataque ao Hamas, atingiu civis em Gaza, Rozenszajn afirmou que a guerra está sendo administrada por um grupo terrorista que não respeita nenhuma norma do direito internacional, enquanto Israel obedece a todas as normas. Ele justificou a necessidade militar dessa guerra como forma de proteger o Estado de Israel de um inimigo que almeja acabar com o país. Rozenszajn não se mostrou favorável à estratégia do Hamas de se defender usando civis como escudos humanos e encerrou afirmando que a guerra só será terminada com os terroristas rendidos ou mortos pelo Exército de Israel, mesmo que para isso Gaza seja atingida.
A Guerra entre Israel e Hamas tem gerado repercussão internacional e dividido opiniões. Manifestações de apoio e críticas à atuação do governo de Israel têm sido feitas por diversos países. No entanto, Rozenszajn defende a atuação do país e reforça a necessidade militar da guerra contra o Hamas. A situação na região tem impactado diretamente a vida de milhões de pessoas e colocado à prova a capacidade de Israel de se defender e proteger sua população.