O mural está localizado em um dos muros da Paróquia São Paulo da Cruz, na esquina das ruas Henrique Schaumann e Cardeal Arcoverde. Nele, são retratadas crianças de cinco diferentes religiões usando máscaras com o símbolo de sua confissão. A única criança atingida com a argila avermelhada é aquela que possui a Estrela de Davi em sua máscara. Além disso, há vestígios do material na calçada em frente à representação da criança judia, o que indica que o responsável se aproximou do mural para cometer o ataque.
A Conib já denunciou o caso à Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), e o vice-presidente da confederação, Daniel Leon Bialski, destacou a gravidade do ocorrido: “É um ataque a um símbolo da cultura judaica e com tinta vermelha, que faz alusão a sangue, violência e retrata claro antissemitismo”.
Ataques de ódio na internet têm sido cada vez mais frequentes, ultrapassando a marca de cem por dia, de acordo com a Conib. Entretanto, este caso específico chama a atenção por ter ocorrido em um espaço público, com uma obra de arte que visa promover a tolerância e o respeito entre diferentes religiões.
A reportagem procurou a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública) para saber sobre a apuração do caso, mas até o momento da publicação deste texto, não obteve resposta. Além disso, funcionários da paróquia, do estacionamento da igreja e de uma cafeteria próxima ao local desconheciam o suposto ataque. Vale ressaltar que o mural está localizado em uma área com pouca circulação de pedestres, em frente ao muro do Cemitério São Paulo.
No entanto, existe ao menos uma câmera de segurança apontada para a calçada próximo à obra vandalizada, que pode ajudar na identificação do responsável pelo crime. A sociedade aguarda a apuração do caso e a punição adequada para este ato de intolerância religiosa.