Figuras como Santo Agostinho, Pelágio, Luís de Molina e Blaise Pascal contribuíram para a discussão sobre a graça, que pode ser entendida como um dom disponível para todos ou como algo reservado apenas a alguns poucos eleitos que conseguem percebê-la. Nesse contexto, a percepção da graça no mundo é, muitas vezes, restrita a indivíduos especiais, como mostra o protagonista do romance mencionado, cuja compreensão se revela somente no fim de sua vida.
Além disso, a ideia do “sintoma de Deus” também é explorada por teólogos e filósofos, como Hans Urs von Balthasar e Abraham Joshua Heschel. Eles destacam a manifestação inesperada da graça na vida dos eleitos, que muitas vezes não compreendem de imediato o que estão experimentando. A graça se revela de forma invasiva e surpreendente, desafiando a racionalidade e a lógica humana.
No entanto, a graça é um fenômeno que transcende a compreensão humana, sendo um presente gratuito e imotivado de Deus. A beleza da graça é percebida por poucos e se manifesta por meio de reações singulares, como o “dom das lágrimas”, que expressa a visão da beleza divina mesmo em meio à desgraça.
Ao longo da história, a literatura explorou esse tema complexo, ressaltando a importância da sensibilidade espiritual na percepção da graça. A capacidade de reconhecer a presença divina no mundo, mesmo diante das dificuldades, revela um estado de graça que poucos conseguem alcançar.
Assim, a graça continua sendo um mistério profundo e instigante, que desafia os limites da compreensão humana e convida os indivíduos a se abrirem para a presença divina em suas vidas.