A maioria dos casos este ano está concentrada na região Norte do país, com 2.538 casos no Amazonas, seguido por Rondônia, Acre, Pará e Roraima. No entanto, há relatos de casos em outros estados, como Bahia, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro. A descentralização do diagnóstico laboratorial para detecção do vírus contribuiu para o aumento dos casos nas áreas consideradas endêmicas.
A febre oropouche é uma doença viral transmitida principalmente pela picada do mosquito maruim ou mosquito-pólvora, e tem sintomas semelhantes aos da dengue, incluindo dores no corpo, náusea e diarreia. Esse aumento nos casos pode estar relacionado ao fenômeno El Niño e às mudanças climáticas que criam condições ideais para a reprodução dos mosquitos transmissores.
A transmissão ocorre quando um mosquito infectado pica uma pessoa saudável, passando a doença para ela. Existem dois ciclos de transmissão da doença, sendo o silvestre, com animais como bichos-preguiça e macacos como hospedeiros, e o urbano, onde os seres humanos são os principais hospedeiros.
Os idosos e crianças são considerados os grupos de risco da febre oropouche, devido à maior vulnerabilidade a complicações. Atualmente, o diagnóstico é feito por um exame de RT-PCR desenvolvido pela Fiocruz Amazonas, e o tratamento consiste em terapia de suporte, com medicação para dor, náusea e febre.
Para prevenir a doença, o Ministério da Saúde recomenda evitar áreas de alto risco, usar repelente, manter a casa limpa e seguir as orientações das autoridades locais. A falta de imunizantes específicos para a febre oropouche torna a prevenção e controle da doença ainda mais desafiadores.