Novas diretrizes do Vaticano restringem autorização para eventos sobrenaturais após casos de abusos e impostores serem excomungados.

A Igreja Católica está passando por mudanças em relação à investigação de eventos considerados sobrenaturais. Antes, o bispo muitas vezes tinha a palavra final sobre o reconhecimento desses eventos, a menos que o Vaticano fosse consultado. No entanto, agora todas as recomendações devem passar por uma avaliação mais cuidadosa.

Essa nova abordagem permite que os bispos ajam com mais cautela, especialmente se houver sinais de alerta doutrinais em relação ao evento em questão. O procedimento mais sério envolve uma declaração de que o evento não é sobrenatural ou que há indicações suficientes para proibir a adesão a ele de forma pública.

Um dos casos que exemplificam a confusão gerada por investigações anteriores foi a alternância de determinações de autenticidade ao longo de 70 anos sobre supostas visões da Virgem Maria em Amsterdã, na Holanda. Além disso, em 2007, o Vaticano excomungou os membros do grupo Exército de Maria, do Canadá, após a fundadora afirmar ter tido visões marianas e se declarar a reencarnação da mãe de Cristo.

As novas normas reconhecem o potencial para abusos nesse processo e alertam que impostores serão responsabilizados, incluindo com penalidades canônicas. Neomi De Anda, diretora executiva do Instituto Internacional de Pesquisa Mariana da Universidade de Dayton, elogiou as mudanças, considerando-as uma evolução importante que reafirma princípios fundamentais.

Ela ressaltou a importância de os fiéis participarem desses fenômenos como parte de sua prática religiosa, mas sem se sentirem obrigados a acreditar em tudo que é apresentado como sobrenatural. A cautela contra possíveis enganos e fraudes também foi destacada como essencial nesse processo de investigação. Essas novas diretrizes representam um avanço significativo e bem-vindo na abordagem da Igreja Católica em relação a eventos considerados sobrenaturais.

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