Apesar de ter contado com a participação de músicos renomados como Wilson das Neves e Ivan Conti, os álbuns de José Mauro não tiveram uma grande repercussão na época. Após decidir renunciar à carreira musical e desaparecer da vida pública, surgiram rumores de que ele teria sido capturado pela ditadura ou morrido em um acidente de carro. No entanto, ele continuava vivendo e trabalhando no Rio de Janeiro como diretor teatral e professor de guitarra, até que problemas de saúde o obrigaram a parar de tocar.
Somente em 2016, com o relançamento de “Obnoxious”, tornou-se pública a informação de que José Mauro estava vivo e residia no subúrbio carioca. Após o contato com o selo em 2021, o músico concedeu entrevistas para veículos renomados como The Guardian e The New York Times. A jornalista Ana Maria Bahiana, que compôs letras para os discos de José Mauro nos anos 1970, destacou a originalidade da música do artista, descrevendo-a como uma mistura de bossa nova, folk, samba, baião e ritmos afro, em uma alquimia única e surpreendente.
Com a morte de José Mauro, a música brasileira perde um de seus talentos singulares, que mesmo após anos de obscuridade, conseguiu ressurgir e reacender o interesse do público e da crítica. Sua obra continuará como um legado importante para a música nacional.