Por exemplo, em Ruanda, pós-genocídio, a participação das mulheres na reconstrução do país e em cargos de poder foi identificada como uma das estratégias adotadas pelas lideranças locais. Além disso, em Teerã, o Museu para a Paz reúne dados sobre conflitos armados e boas práticas de interrupção da violência, articulando projetos de educação para jovens. Em Israel e na Palestina, há o projeto “Combatentes para a Paz”, uma iniciativa educacional que reúne ex-militares israelenses e militantes palestinos.
De acordo com a pesquisadora Gabriele Garcia, a vulnerabilidade das mulheres, crianças e jovens é uma questão recorrente em situações de conflito. Ela destaca que, no atual conflito entre Israel e o Hamas, 67% das vítimas são mulheres e crianças. Além disso, cerca de 50 mil mulheres em Gaza estão grávidas, o que evidencia ainda mais a situação delicada em que se encontram.
Diante desse cenário, a necessidade de criar uma “cultura robusta” para prevenir conflitos e guerras, como na Faixa de Gaza, é crucial. A perspectiva de educação para a paz e direitos humanos é apontada como um possível caminho para evitar a propagação de violência. No entanto, para que isso seja efetivo, a educadora ressalta a importância de investimentos na prevenção de conflitos.
Gabriele Garcia também denuncia a desigualdade de investimentos, apontando que os maiores bancos europeus destinaram mais de US$ 87 bilhões para a indústria armamentista, enquanto apenas 2% das doações globais são direcionadas para organizações lideradas por mulheres ou que trabalham com a temática da equidade de gênero.
Assim, a pesquisadora destaca a necessidade urgente de mais investimentos em organizações lideradas por mulheres e atuantes na promoção de direitos humanos e equidade de gênero. Ela acredita que essa é uma forma de combinar medidas para a prevenção de conflitos armados e de promover um ambiente mais seguro e igualitário para todos.