Mulheres colombianas presas por tráfico de drogas buscam liberdade sob nova lei de justiça social.

Uma triste realidade se revela nos bastidores do tráfico de drogas na Colômbia, onde mulheres como Ana Tabares são levadas a situações extremas pela falta de recursos. Solteira e sem dinheiro para sustentar seus filhos, Ana aceitou cozinhar em um laboratório de cocaína e acabou sendo presa como chefe do tráfico. O governo colombiano, ciente do fracasso da guerra às drogas, decidiu conceder a ela uma oportunidade de deixar a prisão.

O caso de Ana Tabares não é único. Milhares de mulheres pobres são presas por crimes relacionados ao narcotráfico no país que é o maior produtor de cocaína do mundo. Gustavo Petro, presidente da Colômbia, propõe uma mudança de estratégia, deixando de perseguir pequenos cultivadores e trabalhadores da rede do tráfico, para focar nos grandes chefões e nas redes de lavagem de dinheiro.

No entanto, a realidade das prisões colombianas revela a desigualdade de gênero e o impacto desproporcional sobre as mulheres. Apenas 15% dos homens estão presos por crimes relacionados ao tráfico, enquanto 37% das condenadas nas superlotadas prisões colombianas são mulheres.

A lei sancionada por Petro permite que mães chefes de família e de baixa renda cumpram suas penas fora da prisão, realizando trabalhos sociais com autorização judicial. Essa medida já possibilitou a libertação de várias mulheres, incluindo Ana Tabares, que aguarda ansiosamente para reencontrar sua filha, que se tornou adulta enquanto ela estava presa, e seu filho de 12 anos, deixado aos cuidados de uma tia.

O cenário desolador das prisões colombianas reflete a necessidade de repensar as políticas de combate às drogas e de oferecer alternativas para mulheres como Ana, cujas vidas foram marcadas pela pobreza e pela falta de oportunidades. É urgente considerar a situação de mães como Angie Hernández e Estefany Villa, que se viram compelidas a entrar no mundo do tráfico em busca de sustento para suas famílias. A nova lei do governo representa uma esperança para essas mulheres, mas ainda há muito a ser feito para garantir a igualdade e a justiça social no combate ao narcotráfico na Colômbia.

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