Mulher negra é abordada por segurança de shopping por estar sem máscara enquanto outras não são fiscalizadas adequadamente.

No último sábado, uma mulher compareceu ao shopping e procurou um segurança para protocolar uma reclamação. De acordo com informações apuradas, a delegada responsável pelo caso explicou que a mulher se sentiu constrangida após uma abordagem no estabelecimento. Diante disso, o chefe de segurança do shopping acompanhou a vítima até a loja em questão para esclarecer o ocorrido.

Segundo relatos de uma testemunha, a mulher questionou o gerente da loja, Bruno Filipe, sobre a abordagem, levantando a possibilidade de ter sido selecionada por ser uma mulher negra ou por estar vestindo roupas simples. No entanto, o gerente negou tal motivação, alegando que a abordagem ocorreu devido ao fato de a mulher estar sem máscara e consumindo sorvete, o que não condizia com as normas sanitárias vigentes durante a pandemia.

Imagens das câmeras de segurança do shopping indicam que outras pessoas não foram submetidas ao mesmo rigor em relação ao uso de máscara. Um juiz que analisou o caso afirmou que outra cliente foi tratada com menos severidade em relação ao cumprimento do protocolo, o que levanta questionamentos sobre a conduta do estabelecimento em relação à abordagem dos clientes.

Testemunhas ouvidas no caso destacaram que os funcionários da loja deveriam ter o papel de orientar os clientes sobre o uso correto da máscara, em vez de impedir a entrada deles. Os funcionários da loja Zara afirmaram que a abordagem correta seria orientar os consumidores e indicar locais adequados para consumo, como a praça de alimentação.

O juiz responsável pelo caso considerou que a mulher errou ao desrespeitar o uso da máscara, porém, salientou que tal comportamento não justifica a conduta do ex-gerente da loja. O magistrado apontou que a discriminação se manifestou na falha em tratar todos os clientes de forma igualitária, destacando que o ex-gerente agiu de maneira ríspida e causou constrangimento à vítima.

Até o momento, não foi possível contatar a defesa dos envolvidos no caso e aguarda-se retorno da Zara para possíveis esclarecimentos. O espaço permanece aberto para manifestações de ambas as partes.

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