Mudança na forma de testar medicamentos contra o câncer tem o potencial de reduzir brutalidade dos efeitos colaterais.

Os fortes efeitos colaterais das medicações mais poderosas para o tratamento do câncer têm sido por muito tempo visto como um preço a pagar pelos pacientes em busca de uma vida mais longa. Entretanto, um movimento recente liderado por pacientes e médicos está questionando se todo esse sofrimento é realmente necessário. A Administração Federal de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) fez um apelo aos fabricantes de medicamentos para que busquem descobrir a dose eficaz mais baixa possível, mesmo que isso resulte em pesquisas mais longas. Este movimento visa a mudar radicalmente a forma como novos medicamentos contra o câncer são testados.

Os avanços no tratamento do câncer significam que milhões de pessoas agora podem sobreviver por anos mesmo com cânceres considerados incuráveis. No entanto, para alguns pacientes, como é o caso de Jill Feldman, de 54 anos, o custo do tratamento tem sido muito alto. Feldman luta contra um câncer de pulmão há 15 anos, graças aos avanços na medicina, mas as dores nas articulações, fadiga e feridas na boca causadas pelo medicamento afetam consideravelmente sua qualidade de vida. Ela reduziu a dose do medicamento com a aprovação do médico, mas acredita que os fabricantes deveriam estudar doses mais baixas no início do processo de pesquisa.

O desenvolvimento de medicamentos contra o câncer sempre se concentrou em encontrar a chamada “dose máxima tolerada”, o que significa que os pesquisadores aumentavam a dosagem para determinar a dose mais alta possível que os pacientes poderiam tolerar. No entanto, essa filosofia de “mais é melhor” pode não se aplicar aos medicamentos mais modernos, que são mais direcionados e funcionam de forma diferente, como explica a Dra. Lillian Siu.

Para impulsionar a mudança nesse paradigma, a FDA está pressionando os fabricantes de medicamentos a incluir mais pacientes em ensaios iniciais para obter dados melhores sobre a funcionalidade de doses mais baixas. Embora essa abordagem possa retardar o processo de pesquisa, a longo prazo, ela pode resultar em medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais. O debate sobre a dose adequada de medicamentos contra o câncer deve continuar, uma vez que a questão envolve não apenas a eficácia do tratamento, mas também a qualidade de vida dos pacientes.

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