A investigação que resultou na denúncia durou dois anos e oito meses e contou com a colaboração de uma força-tarefa formada pelo Ministério Público. Durante esse período, foram ouvidos pacientes, familiares de vítimas da covid-19, médicos e dirigentes da empresa. Documentos compartilhados pela CPI da Covid também foram analisados, corroborando as suspeitas sobre a conduta da Prevent Senior.
A análise técnica contou com o auxílio de peritos médicos do próprio MP, que descartaram a presença de dolo nas mortes relacionadas aos erros cometidos. No entanto, a investigação apontou que medicamentos foram testados sem autorização dos pacientes ou familiares, levantando questões éticas sobre a conduta da empresa.
A Prevent Senior assinou um Termo de Ajustamento de Conduta que proibiu o uso off-label do “kit covid”, mas a medida não eximiu a operadora de responder criminalmente pelas acusações. Em comunicado, a empresa afirmou que sempre atendeu seus pacientes e beneficiários da melhor forma e que provará sua inocência no exercício do contraditório judicial.
A denúncia do MP-SP contra os donos e diretores da Prevent Senior marca mais um capítulo na conturbada relação entre as empresas de saúde e a gestão da pandemia no Brasil. A sociedade aguarda atentamente o desenrolar desse caso para que a justiça seja feita e os responsáveis respondam pelos possíveis erros cometidos durante o enfrentamento da covid-19.