Em uma carta assinada por 78 organizações, tanto indígenas quanto não-indígenas, as entidades denunciaram que a comissão pretende utilizar o sofrimento dos Yanomami para fins políticos. A falta de representatividade dos povos indígenas na comissão e a presença de parlamentares que apoiam o garimpo em territórios indígenas foram pontos levantados como preocupações pelas associações.
Para o vice-presidente da associação Hutukara, Dário Kopenawa, a presença dos deputados na Terra Indígena Yanomami será rejeitada, uma vez que eles não representam os interesses e necessidades dos povos indígenas. Kopenawa ressaltou a falta de apoio dos parlamentares aos direitos e à proteção dos povos indígenas.
A principal causa da crise humanitária enfrentada pelo povo Yanomami é o garimpo ilegal em seus territórios. Esse problema se agravou durante a gestão bolsonarista, resultando na destruição da floresta, contaminação dos rios por mercúrio, propagação de doenças como a malária e desnutrição entre os indígenas.
A presença de garimpeiros ilegais também provoca impactos ambientais e sociais, prejudicando a fauna, flora e o modo de vida dos Yanomami. A contaminação por mercúrio, em especial, tem causado graves danos à saúde dos indígenas, levando a doenças cerebrais e deficiências cognitivas, além de contribuir para os altos índices de mortalidade por malária na região.
Diante desse cenário, as organizações indígenas e seus aliados pedem o fortalecimento das políticas de proteção aos povos indígenas e ações concretas para combater o garimpo ilegal em territórios indígenas, visando preservar a vida e a saúde dos Yanomami e garantir o respeito aos seus direitos e territórios ancestrais.