No entanto, o desfecho dessa situação foi ainda mais preocupante. Após a chegada da Brigada Militar ao local, houve um desentendimento entre a vítima da agressão e os policiais, resultando na detenção do motoboy, que foi algemado e levado para a delegacia no camburão. Enquanto isso, o suspeito da agressão seguiu no banco de trás de outro veículo.
A Brigada Militar afirmou que abriu uma sindicância para investigar as circunstâncias da abordagem, enquanto o governador Eduardo Leite expressou a determinação de agir com “absoluta celeridade” na investigação.
Na delegacia, foram feitos três boletins de ocorrência, sendo um registrado pela Brigada Militar por resistência contra o motoboy, e o motoboy comunicou ter sido vítima de lesão corporal por parte do idoso e de abuso de autoridade por parte dos policiais. Ambos acabaram sendo liberados.
Imagens gravadas por testemunhas mostraram o momento em que o motoboy foi puxado pela camisa por um policial e, mesmo com a situação aparentemente controlada, foi algemado. A revolta das pessoas que assistiram à cena foi evidente, com comentários de “racismo puro” sendo proferidos.
A psicanalista Marina Pombo, integrante do Conselho Estadual de Direitos Humanos, afirmou ter presenciado o momento em que o suspeito da agressão foi em direção a um grupo de motoboys que estavam na frente do restaurante, acrescentando que o agressor foi revistado pelo policial ao chegar ao local, enquanto o motoboy foi empurrado contra a parede e algemado.
O advogado que acompanhou o motoboy na delegacia caracterizou o caso como sendo um exemplo de “racismo estrutural”, indicando que os policiais agiram com base em preconceitos e pressupostos sobre a conduta ilícita ser do negro, em detrimento do que tem menor poder econômico.
O caso ilustra a preocupação crescente com a violência policial e o racismo no Brasil, evidenciando a importância de investigações rápidas e justas para garantir que todos sejam tratados com igualdade perante a lei.