De acordo com testemunhas, Everton estava em frente a uma banca junto com outros motociclistas no sábado e foi surpreendido com o ataque de Sérgio, que mora em um prédio próximo. Everton conseguiu escapar dos golpes e teve apenas ferimentos superficiais. Após o ataque, uma equipe do 9º Batalhão da Brigada Militar chegou ao local e algemou o motoboy, que é um homem negro, enquanto o autor do ataque seguiu no banco de trás de outro veículo. Essa situação foi registrada em vídeo por pessoas na rua, que apontaram racismo e abuso das autoridades.
O advogado de Everton classificou o possível indiciamento do motoboy como lamentável e defendeu que Sérgio seja indiciado por tentativa de homicídio. O advogado também afirmou que a abordagem policial foi “ríspida, inadequada, violenta, racial, que tratou um homem branco de uma forma e um homem negro de outra”.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), determinou a abertura de uma sindicância na Corregedoria da Brigada Militar para apurar as circunstâncias da ocorrência. Ministros e representantes de órgãos de direitos humanos e igualdade racial também se pronunciaram sobre o caso, apontando como exemplo de racismo institucional no país.
A Defensoria Pública gaúcha informou que está apurando o caso e propôs à Brigada Militar um curso de capacitação em relações raciais. O presidente da OAB no Rio Grande do Sul afirmou que a entidade irá acompanhar a apuração dos fatos na Brigada Militar.
Até o momento, a investigação da Polícia Civil ainda está em andamento, e novas oitivas foram realizadas nesta segunda-feira. O caso segue gerando repercussão e levantando questões sobre abordagens policiais e possíveis práticas de discriminação racial.