Everton, que trabalha como motoboy há 12 anos, conta que sua rotina de trabalho é exaustiva, começando às 8h e indo até tarde da noite. Ele é casado e tem uma filha de 18 anos, e trabalha de segunda a sábado para sustentar a família.
O motoboy explicou que a atividade de entrega é coordenada por grupos de WhatsApp, onde são organizadas as entregas de comida, documentos, entre outros. Segundo ele, é um trabalho cansativo, mas necessário para arcar com as despesas do dia a dia.
O ataque contra Everton aconteceu em frente a um restaurante no bairro Rio Branco, onde ele foi atingido próximo ao pescoço. Após a agressão, quando a polícia chegou ao local, ele e o agressor começaram a discutir, resultando na prisão e algemamento do motoboy.
As imagens do episódio, que circularam nas redes sociais, foram além do simples relato da violência. Muitos apontaram para o racismo envolvido na situação, ressaltando o tratamento diferenciado dado pela polícia ao motoboy negro em comparação com o agressor branco.
Diante da repercussão do caso, autoridades e entidades se posicionaram, cobrando uma investigação aprofundada sobre o ocorrido. Tanto a Polícia Civil quanto a Corregedoria da Brigada Militar abriram sindicâncias para apurar o caso, enquanto o Sindimoto organizou um ato contra a violência e o racismo em apoio ao motoboy Everton.
Além disso, ministros, advogados e entidades também se pronunciaram, apontando o episódio como exemplo do racismo institucional que permeia o país. A Defensoria Pública gaúcha informou que está apurando o caso e planeja propor à Brigada Militar um curso de capacitação em relações raciais.
A repercussão do caso mostra a indignação e a mobilização em torno do combate ao racismo e à violência institucional, reforçando a importância de se investigar e combater atitudes discriminatórias e violentas. Este episódio evidencia a necessidade de promover uma mudança estrutural na sociedade brasileira, visando à igualdade e ao respeito mútuo entre todos os cidadãos.