A sede da Mocidade Alegre, localizada no bairro do Limão, na zona norte de São Paulo, desfilou com o enredo “Brasiléia desvairada: a busca de Mário de Andrade por um país”, que fazia referência às expedições do intelectual e escritor pelo Brasil. A presidente da escola, Solange Cruz Bichara, comemorou com terços nas mãos ao longo da leitura das notas, ao lado do Mestre Sombra, que celebrou seus 30 anos à frente da bateria.
A decisão do título foi decidida nos critérios de desempate, já que a Dragões da Real somou os mesmos 270 pontos que a Mocidade, mas acabou perdendo no critério de Harmonia. A Acadêmicos do Tatuapé ficou em terceiro lugar, seguida da Gaviões da Fiel e da Mancha Verde.
A campeã destacou a importância do enredo escolhido, que abordou a cultura nacional. Victoria Catarine, diretora de carnaval da Mocidade Alegre, enfatizou a necessidade de falar sobre a cultura do povo brasileiro no carnaval.
O desfile das campeãs está marcado para o próximo sábado, reunindo as cinco primeiras colocadas. Algumas mudanças marcaram a apuração deste ano: pela primeira vez em 30 anos, a locução das notas não foi feita por Antônio Pereira da Silva, o Zulu. A locutora Eloise Matos foi escolhida para substituí-lo, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo.
Além disso, as escolas foram avaliadas em nove quesitos, com quatro jurados para cada. A forma como os jurados viram os desfiles também mudou, com eles assistindo em cabines e não mais nas torres, garantindo uma visão mais próxima da pista. Também houve alterações nas regras de avaliação.
Com a Mocidade Alegre sendo coroada campeã, a escola se consolida como uma das forças do carnaval paulistano, mantendo sua tradição e excelência nos desfiles. Com 12 títulos acumulados, a agremiação segue deixando sua marca na história do carnaval de São Paulo.