Misofonia em alta: brasileiros se identificam com desconforto ao ouvir sons específicos no TikTok

Misofonia: o desconforto sonoro que viralizou no TikTok

A expressão “Minha misofonia gritou” tem tomado conta das redes sociais, principalmente no TikTok, onde vídeos incômodos aos ouvidos despertam uma sensação aversiva em muitas pessoas. O termo viralizou na plataforma e despertou a curiosidade dos brasileiros, com publicações que explicam a condição atingindo milhões de visualizações.

De acordo com dados do Google Trends, a misofonia atingiu o pico de interesse em março deste ano, tornando-se um dos assuntos mais pesquisados pelos brasileiros nos últimos cinco anos. A misofonia, ou Síndrome da Sensibilidade Seletiva a Sons (SSSS), é caracterizada pela aversão e reação emocional negativa e desproporcional a determinados sons, como mastigação e respiração.

Segundo a fonoaudióloga e psicóloga Lisiane Holdefer, a condição não está relacionada à intensidade do som, mas sim à percepção individual de determinados ruídos, muitas vezes imperceptíveis para a maioria das pessoas. Aqueles que sofrem de misofonia podem ter sua qualidade de vida comprometida, chegando ao ponto de mudar de residência com frequência para evitar os sons que os incomodam.

O tratamento para a misofonia pode incluir psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, e a estimulação sonora com sons baixos e estáveis. A otorrinolaringologista Tanit Sanchez explica que o objetivo do tratamento é reduzir ao máximo os gatilhos sonoros, sem, no entanto, prometer a cura.

A popularização da expressão “minha misofonia gritou” no TikTok tem possibilitado uma maior visibilidade da condição, porém, como destaca Sanchez, é importante não banalizar a condição daqueles que realmente sofrem com a misofonia. O diagnóstico da misofonia é feito através do relato do paciente e da análise de seu histórico, não havendo um exame específico para sua identificação.

Dessa forma, a conscientização e o entendimento da misofonia ganham destaque na sociedade, possibilitando um olhar mais atento e empático para aqueles que convivem com essa condição e necessitam de suporte adequado para lidar com seus sintomas e garantir uma melhor qualidade de vida.

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