Inicialmente, Gilmar Mendes era favorável à Lava Jato, mas ao longo dos anos passou a se posicionar de forma crítica em relação às práticas da operação. Em 2015, ele afirmou que a investigação revelou um “modelo de governança corrupta”, denominando-o como cleptocracia, e responsabilizou o PT pela crise do país na época.
A Lava Jato, que teve seu início em Curitiba e se espalhou por diversas partes do país, ganhou notoriedade ao revelar esquemas de corrupção de grande proporção e envolver figuras políticas importantes. No entanto, a força-tarefa perdeu força a partir de 2018, quando o juiz Sérgio Moro deixou a operação para assumir o Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.
Críticas ainda mais intensas surgiram em 2019, quando mensagens trocadas por procuradores da Lava Jato e Moro foram vazadas, revelando uma possível parceria inadequada na condução dos processos. Essas revelações levaram a questionamentos sobre a imparcialidade da operação e levantaram suspeitas sobre a atuação do então juiz.
Na entrevista, Gilmar Mendes destacou que a Lava Jato não era apenas uma operação judicial, mas sim um movimento político, que contou com amplo apoio da mídia e que acabou exercendo pressão sobre o Supremo Tribunal Federal. As críticas do ministro ressaltam a importância de se garantir a legalidade e a ética nos processos judiciais, mesmo em investigações de grande repercussão como a Lava Jato.