Mais um ministro do governo federal está envolvido em problemas judiciais. Alexandre Padilha, que atualmente ocupa o cargo de ministro de Relações Institucionais, teve suas contas bancárias bloqueadas pela Justiça de São Paulo devido a uma dívida eleitoral avaliada em mais de R$ 2 milhões. A dívida remonta à sua candidatura ao governo de São Paulo em 2014, quando firmou um contrato de R$ 1,65 milhão com a agência Analítica, Amaral & Associados Comunicação, de acordo com informações fornecidas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o processo judicial, o acordo previa o pagamento do valor em três parcelas, com vencimento em 4 de outubro de 2014, véspera do primeiro turno da eleição. No entanto, do valor combinado, apenas R$ 900 mil foram pagos. Em março de 2018, a agência acionou a Justiça contra Alexandre Padilha e o Diretório Estadual do PT em São Paulo. Em maio de 2023, eles foram sentenciados, mas desde então não houve definição para o cumprimento da sentença. O processo tramita na 34ª Vara Cível da capital paulista, sob a responsabilidade da juíza Adriana Sachsida Garcia.
O valor devido em 2023, corrigido pela inflação, ultrapassava os R$ 2,3 milhões, incluindo tanto as dívidas de Padilha quanto as do diretório paulista, que se comprometeu a pagar parte dos débitos. A empresa de comunicação solicitou o bloqueio dos ativos financeiros de Padilha, e a cobrança foi autorizada pela juíza em dezembro do ano passado.
Quando procurada para comentar o caso, a Analítica Comunicação informou que não irá se manifestar. No entanto, ressaltou que deixou de atuar na área política em 2017 e, desde então, se dedica exclusivamente a clientes do setor privado. As defesas de Padilha e do Diretório Estadual do PT em São Paulo não retornaram aos contatos da reportagem.
Vale lembrar que o histórico político de Padilha inclui sua candidatura ao governo de São Paulo em 2014, na qual obteve 18,22% dos votos válidos, ficando em terceiro lugar. A chapa de Geraldo Alckmin, do PSDB, e Márcio França, pelo PSB, foi eleita em primeiro turno, com 57,31% dos votos válidos.
Com este caso, o ministro torna-se mais um representante do governo federal envolvido em problemas judiciais, refletindo a necessidade de transparência e responsabilidade no cenário político atual. As repercussões dessa situação ainda estão por serem vistas, mas certamente colocam o ministro em uma posição delicada.