A partir de junho, Cármen Lúcia sucederá o ministro Alexandre de Moraes, que atualmente preside o TSE. O tribunal tem uma presidência rotativa entre os membros do Supremo Tribunal Federal (STF), e a ministra ficará à frente do TSE até meados de 2026.
Nos últimos meses, Moraes tem buscado pacificar a relação com os senadores, com gestos de aproximação e acenos ao Legislativo. No entanto, a competência do TSE em tomar decisões que afetam diretamente os mandatos políticos tem gerado tensões, especialmente em casos de possíveis cassações e convocações de novas eleições.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem mantido conversas com Moraes na tentativa de evitar a cassação de dois senadores em situação de risco: Jorge Seif (PL-SC) e Sergio Moro (União Brasil-PR). Nas conversas, Pacheco pediu que ambos fossem tratados como senadores eleitos por seus estados, sem rótulos de militância política.
Moraes tem adotado uma postura conciliatória, suspensão de julgamentos e até mesmo a retomada das redes sociais de um senador que estava bloqueado. Essas ações têm sido interpretadas como tentativas de reduzir atritos com o Congresso e manter um equilíbrio na relação entre os poderes.
A ministra tem destacado que sua gestão será marcada pelo combate à desinformação durante as eleições municipais deste ano. No entanto, a magistrada já enfrenta o desafio de lidar com processos envolvendo notícias falsas e investigações sensíveis, como a tragédia no Rio Grande do Sul.
Com a composição do plenário do TSE e a presença de ministros com visões conservadoras, Cármen Lúcia terá que buscar equilíbrio e imparcialidade em suas decisões, especialmente diante das pressões políticas e ideológicas presentes no cenário atual.