De acordo com especialistas, a vacina é apenas mais uma ferramenta que pode ajudar o Brasil a controlar a doença. A líder da Organização Mundial da Saúde (OMS) salientou que, diferentemente da covid-19, que tem transmissão de pessoa para pessoa, a dengue é transmitida por mosquitos, o que torna necessária a continuidade da vigilância ambiental e controle de vetores, além da imunização da população. Isso é essencial para proteger aqueles que não serão abrangidos pela vacina e também evitar surtos de outras doenças transmitidas por mosquitos, como a chikungunya e o vírus zika.
Os especialistas também ressaltam que as alterações climáticas têm tido um impacto significativo nas estações, tornando-as mais secas ou chuvosas, além de mais quentes e longas. Nas zonas tropicais e subtropicais, o aumento das temperaturas ajudou o mosquito a subir cada vez mais em altitude, expondo novas populações anteriormente livres da dengue e aumentando a probabilidade de surtos. O diretor científico da Sociedade de Doenças Infecciosas e Tropicais da Itália afirmou que a globalização das viagens e a tropicalização do clima estão aumentando as infecções, que antes estavam limitadas a outras partes do mundo.
Já o entomologista do IRD (Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento) da França alertou que há um risco à saúde para a França com a dengue, e o número de infecções locais aumentará ao longo dos anos. Mesmo com um máximo de cerca de 60 casos para a França metropolitana em 2022, o risco é limitado em comparação com países em áreas subtropicais.
A vacinação contra a dengue é fundamental para reduzir a incidência da doença, mas é necessário manter a vigilância e controle ambiental para evitar surtos e proteger a população. A imunização deve ser vista como parte de um conjunto de medidas para combater a dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos.