Otoni, que é pré-candidato desde o ano passado, tem forte presença no eleitorado evangélico e pode dificultar a eleição do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) no segundo turno da disputa na cidade carioca. Contudo, nos bastidores, a cúpula nacional do MDB reconhece que, caso Otoni não atinja ao menos 10% dos votos, o partido tende a desistir da candidatura própria e apoiar o PL. No entanto, a retirada do nome do deputado bolsonarista só se concretizaria se o partido de Jair Bolsonaro atuasse pela eleição de Nunes em São Paulo.
Apesar das incertezas, o MDB mantém a pré-candidatura viva, aguardando uma pesquisa em março para avaliar as chances de Otoni. A reeleição de Nunes é a principal prioridade do MDB em 2024, enquanto o Rio de Janeiro é visto como central para Bolsonaro, já que é sua base eleitoral. Além disso, o PL é o partido com a maior fatia do fundo eleitoral e o maior tempo de propaganda no rádio e na TV.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirmou que seu partido apoiará Nunes, mesmo com os sinais trocados de Bolsonaro, que indicou publicamente o apoio a pré-candidatura de Ricardo Salles (PL) em São Paulo. Salles depende de uma carta de Valdemar que o libere para deixar o PL sem perder o mandato e se filiar a outro partido para concorrer à prefeitura de São Paulo.
Diante desta situação, a pré-candidatura de Otoni de Paula se torna uma carta na manga do MDB nas negociações com o PL, podendo influenciar diretamente a corrida eleitoral tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. Resta aguardar as movimentações e definições nos bastidores políticos para saber o desfecho dessa estratégia.