A meta do MBL é reunir aproximadamente 550 mil assinaturas válidas em um período de um ano, a fim de entrar com o pedido de registro do partido junto à Justiça Eleitoral. A intenção é alcançar esse objetivo até o congresso de 2024. A plateia presente no evento deste ano foi convocada a contribuir com os esforços para a coleta de assinaturas.
Renan Santos, coordenador nacional do MBL, destacou que a criação do partido será uma das tarefas mais difíceis em nove anos de atividades do movimento. Ele ressaltou que, mesmo quando menosprezaram o grupo no passado, seus oponentes estavam errados. Santos afirmou que o MBL não se sente representado pelos partidos atualmente em atividade no país e ironizou a aliança entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O MBL afirma ter se preparado para esse projeto durante os últimos dois anos e planeja iniciar a coleta de assinaturas necessárias para o registro do partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São necessários 492 mil apoios, distribuídos em pelo menos nove estados, para oficializar o pedido. Atualmente, existem 30 partidos políticos no Brasil, sendo o mais recente a Unidade Popular, registrado em 2019.
Arthur do Val, ex-deputado estadual conhecido como Mamãe Falei e líder do MBL, afirmou que “o sistema não quer” a criação de um partido ligado ao movimento. Ele prometeu remunerar os coletores de assinaturas e disse que quem trabalhar pela Missão “vai ganhar dinheiro”. O plano é que o partido esteja formado para as eleições de 2026.
Kim Kataguiri, deputado federal e um dos rostos mais conhecidos do MBL, também discursou durante o congresso e falou em tom de campanha. Ele prometeu uma postura mais rígida em relação à segurança pública, afirmando que a polícia de São Paulo matará criminosos que apontarem armas para cidadãos.
O MBL, fundado em 2014 como um movimento em defesa do liberalismo, ganhou destaque durante os protestos de rua contra o PT e pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Desde então, o grupo tem se envolvido na política institucional e apoiou a eleição de Jair Bolsonaro, antes de romper com o presidente no início do governo.