Luto e incerteza marcam o funeral de Raisi em meio à crise política e econômica no Irã.

Em meio a um momento de agravamento das tensões entre a liderança clerical e a sociedade no Irã, o presidente Raisi faleceu, deixando um vácuo de poder em um país já fragilizado por crises políticas, sociais e econômicas. As tensões se intensificaram devido ao aumento dos controles políticos e sociais impostos pelo governo e pela deterioração da economia, o que tem levado um número crescente de eleitores a evitarem os pleitos recentes.

A baixa participação nas eleições tem sido interpretada como um sinal preocupante pela liderança do país, que vê o comparecimento às urnas como um teste de credibilidade para a República Islâmica de 45 anos. Diante desse cenário, uma ex-autoridade iraniana, que preferiu não ser identificada, afirmou que o estabelecimento não dispõe de muitas opções para garantir uma alta participação em um curto período de tempo.

A insatisfação popular com a situação econômica é evidente, assim como a revolta de muitos cidadãos diante das restrições sociais impostas pelo governo. Diante da falta de opções eleitorais atrativas, a expectativa é que o comparecimento às urnas seja baixo, o que pode gerar ainda mais instabilidade no país.

Enquanto a população lamenta a perda do presidente Raisi, a TV estatal exibiu imagens do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, conduzindo as orações em meio a um mar de pessoas que prestavam suas homenagens no funeral em Teerã. O clima de luto se estendeu pelas ruas da capital, sendo que o caixão de Raisi e de outras autoridades falecidas foram levados sob as lágrimas dos enlutados.

O enterro do presidente falecido será realizado em sua cidade natal, Mashhad, no leste do país, na quinta-feira, em meio a um clima de comoção e incertezas sobre o futuro político do Irã. A morte de Raisi e das demais autoridades no acidente próximo à fronteira com o Azerbaijão representa um golpe para o país, que enfrenta um dos momentos mais delicados de sua história recente.

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