Lula demonstrou cautela em relação ao seu antigo aliado, Evo Morales, evitando aprofundar as divergências locais dentro do partido MAS (Movimento ao Socialismo), que se encontra dividido entre Arce e Evo. O ex-presidente destacou a importância de construir uma unidade e fortalecer a democracia na Bolívia, reforçando o papel do Brasil nesse processo.
A viagem de Lula ganhou significado após a tentativa de golpe liderada pelo general Juan José Zúñiga, que resultou em sua prisão e acusações de tentativa de autogolpe contra Arce. Evo Morales endossou essa versão e ambos estão envolvidos em uma disputa política dentro do MAS e em todo o país.
O Brasil avalia que a crise política na Bolívia pode abrir espaço para um candidato de ultradireita nas próximas eleições, o que preocupa Lula, que tem se posicionado contra movimentos golpistas na região. Durante sua estadia, o ex-presidente deve se reunir com empresários e movimentos sociais, visando também estreitar laços econômicos com o país vizinho, que recentemente se tornou membro pleno do Mercosul.
Além disso, ministros brasileiros acompanham Lula na viagem, com o objetivo de promover parcerias para impulsionar a produção de gás boliviano e integrar a infraestrutura regional entre os dois países. A visita de Lula à Bolívia é marcada não apenas pelo fortalecimento das relações bilaterais, mas também por um posicionamento firme em defesa da democracia e contra possíveis manobras golpistas na América Latina.