Spohr ressaltou a importância dos combustíveis sintéticos fabricados com energia renovável para a aviação, considerando-os como o caminho futuro para a descarbonização do setor. No entanto, ele também destacou que a Alemanha pode não ter eletricidade verde suficiente para produzir esses combustíveis.
“Seria necessário cerca da metade da eletricidade da Alemanha para criar combustíveis suficientes”, afirmou o CEO, referindo-se ao ministro da Economia e Energia do país, Robert Habeck. Ele expressou dúvidas sobre a disponibilidade dessa quantidade de eletricidade verde.
A indústria da aviação está empenhada em criar um mercado para o querosene verde, uma versão neutra em carbono do querosene tradicional utilizado nas aeronaves. Esse combustível é derivado da água e durante sua produção retira dióxido de carbono do ar.
No entanto, o processo de produção desse combustível requer uma grande quantidade de eletricidade proveniente de fontes renováveis para garantir a neutralidade de carbono. Ele envolve a divisão da água em oxigênio e hidrogênio, que posteriormente são combinados com carbono.
Ao contrário dos veículos elétricos a bateria, que funcionam para viagens terrestres, as células de energia ainda não têm densidade energética suficiente para sustentar um avião comercial com passageiros e cargas. Por isso, os combustíveis sintéticos são considerados a única opção tecnicamente viável, por enquanto, para a descarbonização das viagens aéreas.
A Lufthansa está se posicionando como uma das empresas pioneiras nesse movimento de transição para combustíveis verdes na aviação. O consumo de metade da produção total de energia elétrica da Alemanha é uma indicação do compromisso da companhia em promover uma aviação mais sustentável. Resta acompanhar os próximos passos dessa transição e os impactos que ela trará para o setor aéreo.