Zinho foi preso na véspera de Natal ao se entregar na Superintendência da Polícia Federal, na região portuária do Rio de Janeiro. Segundo relatos de agentes penitenciários, ele permanece em silêncio e não responde aos chamados dos outros presos que ficam isolados em suas celas. Além disso, houve comemorações em Bangu 9, unidade na qual estão detidos milicianos de grupos rivais, quando Zinho foi preso.
Na mesma ala onde Zinho está detido, encontram-se Leonardo Gouvêa da Silva, conhecido como Mad, e Leandro Gouvêa da Silva, conhecido como Tonhão, que foram condenados por integrar o Escritório do Crime, um grupo de matadores de aluguel que atuava para contraventores. Os irmãos Mad e Tonhão foram condenados a 13 anos e quatro meses de prisão por organização criminosa, com participação em três homicídios.
Mad assumiu o comando do Escritório do Crime em fevereiro de 2019, após a morte do antigo líder do grupo, o ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) Adriano Magalhães da Nóbrega. Já Taillon Alcântara Pereira Barbosa, condenado a oito anos e quatro meses de prisão por organização criminosa, está detido ao lado de Zinho. A polícia suspeita que Taillon era o alvo de traficantes que mataram por engano três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca em outubro.
Outro preso na mesma galeria é André Costa Barros, conhecido como André Boto, detido após iniciar uma disputa com Zinho que resultou em 69 mortes na zona oeste do Rio nos primeiros cinco meses de 2023. A Justiça manteve a prisão de Zinho, alegando sua “elevadíssima periculosidade”. A advogada de Zinho nega que ele seja chefe da milícia, afirmando que as denúncias repousam em uma dedução do Ministério Público do Rio de Janeiro. As investigações apontam que Zinho assumiu o comando do grupo em 2021, após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko. Antes, o líder era outro irmão, Carlos da Silva Braga, conhecido como CL ou Carlinhos Três Pontes, ambos mortos pela polícia.