A disseminação da leptospirose, uma doença transmitida pela urina de animais infectados, principalmente ratos, tem se tornado mais um problema para a população gaúcha, que enfrenta uma das maiores crises de sua história devido às fortes chuvas que assolam o estado desde o fim de abril.
A proliferação da doença se intensificou após as enchentes, causando contaminação e resultando no previsto aumento de casos. O Ministério da Saúde estima que pelo menos 1,6 mil pessoas serão afetadas pela leptospirose, uma quantidade quatro vezes maior do que o registrado no ano anterior, com 400 casos em todo o estado.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatizou a importância do tratamento precoce da leptospirose, mesmo antes da confirmação do diagnóstico. O Ministério da Saúde realizou reuniões com autoridades locais e sociedades científicas para discutir estratégias de combate às doenças causadas pelas enchentes e tempestades.
Além da leptospirose, o estado já registrou 182 casos de raiva, um aumento de 133% em relação ao ano anterior, e 28 notificações de acidentes com animais peçonhentos. A lentidão no diagnóstico dessas doenças se deve à sobrecarga no Laboratório Central, responsável pelas análises, devido ao grande volume de notificações.
A leptospirose é causada pela bactéria leptospira, adquirida pelo contato com água ou solo contaminados. Os sintomas incluem febre, dores, conjuntivite, tosse e podem evoluir para complicações graves como hemorragias e insuficiência renal. Não existe vacina contra a leptospirose para uso humano no Brasil.
As chuvas intensas no Rio Grande do Sul estão completando um mês, deixando mais de 620 mil pessoas desabrigadas e 169 vítimas fatais. Com cerca de 48 mil pessoas em abrigos, a situação é preocupante e exige medidas urgentes para amenizar os impactos das enchentes no estado.