O juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo, apontou que existe uma possível conexão entre os fatos em investigação no estado e a apuração sobre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Mauro Cid foi preso em maio no decorrer de uma investigação que inicialmente tratava da inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde operado pela Prefeitura de Duque de Caxias, reduto bolsonarista na Baixada Fluminense. Ele foi solto por Moraes no dia 9 de setembro, após firmar acordo de delação premiada.
A investigação em São Paulo foi iniciada após funcionárias da Covisa (Coordenadoria de Vigilância e Saúde do Município) registrarem um boletim de ocorrência para verificar um suposto registro de vacinação de Bolsonaro em julho de 2021 no Parque Peruche, na zona norte da cidade.
As funcionárias alegaram que o lote da vacina indicado no registro não foi enviado à capital paulista, que a pessoa que teria realizado a vacinação nunca trabalhou na unidade de saúde e que o ex-presidente nunca foi atendido no local.
Embora o nome e CPF de Bolsonaro estivessem corretos, o endereço registrado estava errado e o email cadastrado era [email protected].
A investigação começou em nível estadual, mas posteriormente foi transferida para a esfera federal. A Justiça Federal decidiu encaminhar o caso para Moraes após o Ministério Público Federal afirmar que já existe uma investigação similar em curso no Supremo, envolvendo a inserção de dados falsos da vacinação de Jair Messias Bolsonaro no sistema do Ministério da Saúde, entre outros fatos supostamente criminosos.
Na decisão, Diego Paes Moreira envia os autos para análise sobre a necessidade de cumprimento conjunto dos casos relacionados ao suposto registro de dados falsos da vacinação de Bolsonaro nos sistemas de informação do Ministério da Saúde. Até o momento, Moraes ainda não se manifestou sobre o processo.
(300 words)