O Irã foi descrito na decisão como um “Estado terrorista” e o atentado à Amia foi qualificado como um “crime contra a humanidade”. A sentença, que também afirmou que o crime é imprescritível, abre caminho para que o Irã seja responsabilizado internacionalmente e possa ser levado a tribunais internacionais para reparar integralmente o dano causado, tanto moral quanto material.
Jorge Knoblovitz, presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas, elogiou a histórica sentença, afirmando que tanto a Argentina quanto as vítimas mereciam essa justiça. Por outro lado, o presidente argentino Javier Milei comemorou a decisão e criticou seus antecessores, acusando o governo anterior de tentar encobrir a responsabilidade do Irã.
A decisão dos juízes também revisou o caso de irregularidades e acobertamentos durante a investigação do atentado à Amia. Carlos Telleldín, primeiro detido pelo atentado, foi absolvido, enquanto outras condenações foram mantidas e algumas penas reduzidas, incluindo a do ex-juiz Juan José Galeano. O texto da sentença, que possui 711 páginas, examinou o contexto geopolítico dos atentados, destacando a mudança na política externa argentina que motivou os ataques.
Até o momento, nenhum suspeito dos ataques foi preso, e a investigação judicial foi marcada por denúncias de desvio de pistas e processos anulados. A decisão dos juízes representa um marco na busca pela verdade e justiça em relação a esses atentados que marcaram a história argentina.