Jornalista venezuelana é presa em Caracas por suposta “instigação ao ódio” e “terrorismo”, em meio à crise pós-eleitoral

Neste domingo (26), uma jornalista venezuelana conhecida foi presa em sua casa em Caracas por policiais que invadiram o local, de acordo com informações divulgadas pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP) e pela organização de direitos humanos Espacio Público. A detenção ocorreu em um momento de crise pós-eleitoral na Venezuela, após a reeleição controversa do presidente Nicolás Maduro.

A jornalista em questão, Carmela Longo, havia deixado seu emprego no jornal pró-governo Últimas Notícias após 20 anos e, segundo relatos, os policiais chegaram ao seu apartamento com um mandado de busca e a levaram sob custódia, juntamente com seu filho e alguns equipamentos de informática. O sindicato informou que pelo menos outros oito repórteres também foram detidos após a eleição presidencial.

O motivo da prisão de Carmela Longo seria a acusação de “instigação ao ódio” e “terrorismo”, e ela está programada para comparecer ao Tribunal Terceiro de Controle na terça-feira (27), que tem competência em casos de terrorismo. Até o momento, o Ministério da Informação e a Procuradoria-Geral não se pronunciaram sobre o caso.

É importante ressaltar que, de acordo com o Foro Penal, uma ONG de direitos legais, a Venezuela atualmente conta com 1.674 prisioneiros políticos, o maior número registrado neste século. Pedro Vaca, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), manifestou preocupação com a detenção de Carmela Longo, destacando a crescente repressão contra o jornalismo no país.

O filho da jornalista foi liberado após ser interrogado nas instalações da Direção de Investigação (D.I.P) de Maripérez, conforme relatado pelo SNTP. A situação reforça a importância da liberdade de imprensa e dos direitos humanos em um contexto cada vez mais tenso na Venezuela pós-eleitoral.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo