Essas ofensas custaram a Galliano não apenas sua reputação, mas também seu emprego na renomada grife Dior, da qual era diretor criativo. Ele foi condenado a pagar uma multa e internado para tratar de seu vício em álcool. No entanto, após um período de reclusão, o estilista ressurgiu, assumindo o cargo de diretor criativo na marca Margiela e recebendo reconhecimento em desfiles recentes.
O documentário, dirigido por Kevin Macdonald, não busca redimir Galliano, mas sim explorar a complexidade da mente humana e questionar a cultura do cancelamento, tão presente na sociedade contemporânea. Macdonald enfatiza a importância de reconhecer a capacidade de mudança das pessoas e não julgar com base em episódios isolados.
Além disso, o filme destaca os motivos que levaram Galliano a ser admirado no mundo da moda, ressaltando sua abordagem inovadora e teatral nos desfiles, que intrigava profissionais exigentes do setor, como Anna Wintour. Celebridades como Naomi Campbell, Penélope Cruz e Charlize Theron também contribuem com depoimentos no documentário, que revela aspectos menos conhecidos da vida pessoal e familiar do estilista.
Uma das passagens mais marcantes do filme retrata a conturbada relação de Galliano com sua família e o momento de reconciliação com o pai, no leito de morte. Esses aspectos sombrios e íntimos tornam o documentário uma exploração profunda da vida e da carreira de John Galliano, despertando reflexões sobre perdão, redenção e genialidade.