Anunciado durante a pandemia de coronavírus, o visto entrou em vigor em abril deste ano, porém, somente agora os primeiros nômades digitais começaram a chegar na Itália devido ao trâmite burocrático que pode durar até quatro meses. A Itália se juntou a uma lista de cerca de 50 países que oferecem vistos para nômades digitais, incluindo Portugal, Espanha, Grécia, entre outros na Europa.
Com um critério financeiro estabelecido, os candidatos ao visto italiano devem ter uma renda anual superior a €28 mil (equivalente a R$168 mil) e uma renda mensal de €2,3 mil (R$14 mil), não necessariamente provenientes do trabalho remoto. Além disso, é necessário comprovar seguro saúde, comprovante de hospedagem, diploma universitário e experiência de seis meses na área em que atua remotamente.
A iniciativa visa impulsionar a economia do país, atraindo trabalhadores que não impactam o mercado local por trabalharem para empresas estrangeiras. Com a população italiana envelhecendo, o governo de Giorgia Meloni, de ultradireita, tem buscado aumentar o número de permissões de trabalho para imigrantes de fora da União Europeia, incluindo os nômades digitais.
No Brasil, onde mais de 30 milhões de pessoas têm direito à cidadania italiana, o processo para obtenção do passaporte pode chegar a até 12 anos. Nesse sentido, o visto de nômade digital pode facilitar o processo ao garantir agilidade na tramitação em território italiano. Ainda não há dados sobre a quantidade de pessoas contempladas ou suas nacionalidades nos primeiros meses de implementação do visto.
Com diversos países e territórios oferecendo vistos para nômades digitais, escritórios no Brasil têm se adaptado para oferecer o serviço, que ainda é considerado novo. A tendência global de atrair esses profissionais remotos com vistos específicos tende a se expandir e facilitar a mobilidade desses trabalhadores ao redor do mundo.