Inteligência policial de São Paulo monitora possível guerra entre líderes do PCC influenciada por suposta delação

A possível guerra entre integrantes da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) vem sendo monitorada pelos serviços de inteligência das forças de segurança de São Paulo. Há indícios de que uma mensagem interceptada pela polícia na semana passada indica ordens para matanças de chefes da facção criminosa, o que pode mudar o perfil do grupo.

De um lado do possível conflito, está Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, identificado pela polícia como líder máximo do PCC, e seus aliados. Do outro, estão três integrantes da ala mais radical da facção: Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, e Roberto Soriano, o Tiriça. Todos fazem parte da chamada Sintonia Final, a hierarquia máxima da facção, de acordo com as investigações.

A mensagem interceptada contém um “salve”, anunciando a exclusão e ordem para matar Andrade, Lima e Soriano por calúnia e traição, devido a uma suposta conspiração contra Marcola por delação às autoridades. A motivação para a suposta delação teria sido uma questão de vingança, após Soriano ser condenado à prisão por um jurado influenciado pela gravação de Marcola, na qual o condenado era acusado de ser um psicopata e ordenar a morte de uma funcionária.

No entanto, a mensagem interceptada na semana passada afirma que a Sintonia investigou o caso no Paraná e concluiu que não houve delação por parte de Marcola. A mensagem destaca que o áudio foi analisado, com transcrição compartilhada com os chefes, para que tirassem suas próprias conclusões. A mesma mensagem alerta que todos aqueles que se levantarem para criar confusão na organização serão excluídos e decretados.

Os serviços de inteligência acompanham de perto os desdobramentos dessa possível guerra, já que, mesmo estando em presídios federais, o palco inicial da disputa deverá ser São Paulo, colocando em risco familiares dos três presos. A história mostra que desavenças internas no PCC podem ter consequências extremas, como um aumento da violência e uma mudança no perfil do grupo. Em caso de destituição de Marcola, a polícia aponta que o PCC tende a se tornar um grupo ainda mais violento.

Procurada, a defesa de Marcola não foi localizada até a publicação desta matéria. A reportagem também tentou contato com a defesa de Soriano e com o Ministério Público Federal do Paraná, mas não obteve resposta. A possível guerra interna no PCC é um assunto preocupante para as autoridades de segurança pública e para a sociedade em geral. É um cenário que exige atenção e ação por parte das autoridades, a fim de prevenir a ocorrência de conflitos e suas possíveis consequências para a comunidade.

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