Entre as famílias mais afetadas estão aquelas que possuem crianças e adolescentes. A falta de segurança alimentar atinge 37% dos lares com crianças de 0 a 4 anos, sendo um problema que diminui à medida que a idade dos moradores aumenta, chegando a 21% entre os idosos com 65 anos ou mais.
O impacto da insegurança alimentar é ainda mais preocupante quando se trata de crianças e adolescentes, que, segundo a pediatra e nutricionista Maria Paula de Albuquerque, geram gastos sem gerar renda. A especialista destaca que esses jovens possuem necessidades específicas, como roupas, calçados e uma alimentação mais frequente devido ao metabolismo acelerado.
Por outro lado, os idosos muitas vezes dependem exclusivamente da aposentadoria para garantir o acesso da família à alimentação. É o que ressalta Maria Paula de Albuquerque, evidenciando a precariedade da situação de muitos brasileiros que vivem à mercê da segurança alimentar.
Um exemplo real dessa realidade é o caso de Beatriz Monteiro dos Santos, uma mãe de cinco filhos que, devido à falta de recursos, alimentava sua família com alimentos ultraprocessados. Com a renda insuficiente, ela se viu obrigada a recorrer a opções mais baratas e de baixo valor nutritivo, como miojo e salsicha.
Esses relatos refletem a dura realidade de milhões de brasileiros que lutam diariamente para garantir uma alimentação adequada e digna para suas famílias em meio à insegurança alimentar que assola o país. A situação demanda ações urgentes e políticas eficazes para combater esse cenário alarmante e garantir o direito básico à alimentação para todos os cidadãos.