Segundo o psiquiatra Adilon Harley Machado, da clínica Espaço Arquétipo, o episódio psicótico agudo é uma emergência psiquiátrica caracterizada por alteração da percepção da realidade, desorganização do pensamento e do conteúdo do discurso, podendo se manifestar com delírios e alucinações, agitação psicomotora e perda do juízo crítico.
Machado destaca que qualquer pessoa pode desenvolver um episódio psicótico, mas fatores de risco específicos aumentam a incidência consideravelmente, como uso de substâncias, histórico familiar, outra condição psiquiátrica anterior e até mesmo fatores como imigração podem ser desencadeantes.
Durante o curso do episódio, afirma o médico, é importante o uso de medicamentos antipsicóticos para estabilização do quadro. “É importante destacar que muitos casos podem evoluir para diagnósticos definitivos em psiquiatria e necessitar de tratamento crônico, como no caso da esquizofrenia e transtorno bipolar.”
Para ajudar uma pessoa que está enfrentando esse quadro, o psiquiatra diz que é importante identificar uma mudança súbita de comportamento. “É fundamental uma rede de apoio fortalecida e o contato mais urgente com profissionais especializados para a investigação clínica diagnóstica, lembrando que em muitos casos pode ser necessária internação hospitalar para observação em segurança da evolução do quadro do paciente”, diz.
Machado ressalta que a investigação de um episódio psicótico é minuciosa, requer exames laboratoriais e de imagem, além de uma extensa avaliação clínica, sendo totalmente irresponsável qualquer diagnóstico realizado a partir de recortes extraídos da TV ou internet.
Portanto, é fundamental que caso haja suspeita de um episódio psicótico, a pessoa seja encaminhada imediatamente para um profissional capacitado para uma investigação clínica e diagnóstica adequada.
É importante que a sociedade esteja mais atenta a esses casos e que também seja mais solidária com as pessoas que vivenciam transtornos mentais, ajudando-as a buscar o tratamento adequado para sua recuperação. Cabe também aos veículos de comunicação tratar esses temas com responsabilidade, evitando sensacionalismo e contribuindo para uma maior conscientização e informação sobre questões relacionadas à saúde mental.