O corpo de Mateus foi sepultado no último domingo, no cemitério do Pechincha, em Jacarepaguá, em meio à dor e indignação de parentes e amigos. Segundo relatos de moradores, os policiais estavam realizando uma operação na região no momento em que o jovem foi atingido por disparos de arma de fogo. Inicialmente, a Polícia Militar divulgou em suas redes sociais que os agentes teriam sido atacados durante um patrulhamento e reagiram.
No entanto, em uma nota oficial divulgada posteriormente, a corporação informou que os PMs da Subsecretaria de Inteligência estavam cumprindo um mandado de busca na Muzema quando foram alvo de disparos por cerca de dez criminosos, sendo necessário apoio do Bope (Batalhão de Operações Especiais) para conter a situação.
Quatro homens foram feridos durante o confronto, sendo que um deles tinha um mandado de prisão em aberto. Dois dos feridos não resistiram aos ferimentos e faleceram no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. A identidade de todos os baleados ainda não foi divulgada pela PM.
A busca resultou na apreensão de três fuzis, granadas, munição e drogas, em mais uma noite marcada por intensos tiroteios na região, conhecida pelas constantes disputas territoriais entre grupos criminosos. O fato levou moradores a realizarem protestos, um ônibus foi sequestrado e utilizado como barricada.
Mateus Ferreira, que contava com mais de 70 mil seguidores nas redes sociais, costumava compartilhar vídeos e fotos pilotando motocicletas. Sua morte e a de outro homem não identificado estão sob investigação da Polícia Civil, que já ouviu os policiais envolvidos na ação e encaminhou suas armas para perícia. A população segue em busca de respostas e justiça diante desse trágico episódio na Muzema.