Indonésia vota em eleição presidencial com ex-general acusado de violações de direitos humanos como favorito.

Nas eleições presidenciais da Indonésia, que ocorreram nesta quarta-feira (14), o ex-general e ministro da Defesa Prabowo Subianto é o favorito para assumir a presidência do país, apesar das preocupações com seu histórico em direitos humanos. Com quase 205 milhões de eleitores convocados, o país também escolherá novos deputados e representantes locais.

Segundo as últimas pesquisas, Subianto obteria votos suficientes para evitar um segundo turno nas eleições presidenciais. Em entrevista antes de votar em Bogor, o candidato afirmou: “A esperança é vencer”. Subianto concorre com outros dois candidatos, o ex-governador de Jacarta Anies Baswedan e o ex-governador de Java Central Ganjar Pranowo. Entretanto, o ex-general é o favorito claro após uma campanha de retórica populista na qual se comprometeu a seguir as políticas do presidente Joko Widodo, que não pode se candidatar à reeleição.

O presidente atual, Joko Widodo, desfruta de alta popularidade após dois mandatos de crescimento econômico constante, exceto por um breve período durante a pandemia, e relativa estabilidade política nesta jovem democracia. Sob sua liderança, a Indonésia iniciou um programa de desenvolvimento e construção de infraestrutura, tornando-se o maior produtor mundial de níquel e um ator-chave na cadeia de suprimentos de veículos elétricos.

As escolas eleitorais abriram às 07h locais na ilha mais oriental da Papua e fecharam às 13h (03h no horário de Brasília) no outro extremo do país, na selvática Sumatra. Uma forte tempestade inundou partes da capital do arquipélago, Jacarta, e provocou a transferência de alguns locais de votação.

Os resultados oficiais não serão divulgados até março, mas nesta quarta-feira à noite será divulgada uma contagem rápida que deve dar uma indicação confiável do vencedor. Subianto precisa de pelo menos 50% dos votos em nível nacional e um mínimo de 20% dos votos em mais da metade das províncias do país para garantir a presidência no primeiro turno.

Grupos de defesa dos direitos humanos estão preocupados com um possível retrocesso nas liberdades civis se o ex-general vencer, devido a acusações de ordenar o sequestro de ativistas nos últimos anos do ditador Suharto. Subianto foi expulso do exército em 1998 por esses sequestros, mas nega as acusações e nunca foi formalmente acusado.

A expectativa é que a contagem rápida desta quarta-feira à noite dê uma indicação confiável do vencedor, mas os resultados oficiais não serão anunciados até março. A vitória de Subianto preocupa grupos de defesa dos direitos humanos, enquanto seus apoiadores veem nele um líder decidido. A disputa acirrada pelas eleições presidenciais na Indonésia segue em destaque nos noticiários internacionais.

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