Implante de chip cerebral da Neuralink em paciente tetraplégico possibilita controlar computadores com a mente e navegar na internet

Na primeira parte deste ano, a Neuralink, startup fundada pelo visionário Elon Musk com o objetivo de desenvolver uma maneira inovadora de permitir que as pessoas possam controlar computadores com o cérebro, alcançou um marco histórico. Foi realizado com sucesso o primeiro implante de um chip cerebral em um paciente humano, no caso o americano Noland Arbaugh, de 30 anos, que é tetraplégico desde 2016.

Apesar do sucesso inicial, em maio, Arbaugh precisou remover o implante devido a problemas técnicos, como a soltura de 85% dos fios conectados ao seu cérebro. Porém, durante o período em que esteve com o chip, o paciente conseguiu realizar tarefas como movimentar o cursor do computador apenas com o pensamento, o que lhe possibilitou navegar na internet e até mesmo jogar jogos com a mente.

A necessidade do chip da Neuralink para Arbaugh era evidente, visto que o americano perdeu a mobilidade do corpo após um acidente em 2016, o qual o deixou tetraplégico. Desde então, ele utiliza uma cadeira de rodas controlada por um sistema hidráulico acionado por sopro e sucção em um cano. Atualmente, ele vive no rancho de sua família, em Yuma, no Arizona.

O contato inicial com a Neuralink ocorreu em dezembro de 2023, quando Arbaugh soube que a empresa de Elon Musk buscava voluntários humanos para testes. Movido pela admiração pelo empresário sul-africano e pelo desejo de contribuir para o avanço da tecnologia, o paciente se candidatou e foi selecionado para a cirurgia.

A fé em Deus fez com que Arbaugh abandonasse vícios como álcool e tabaco, o que contribuiu para sua escolha como voluntário para o experimento. Apesar de Musk ter tentado conhecê-lo pessoalmente antes da cirurgia, apenas uma chamada de vídeo foi realizada. Após a implantação, funcionários da Neuralink auxiliaram na calibração do chip, mas logo Arbaugh estava conseguindo jogar xadrez e até mesmo manter conversas enquanto interagia com o computador.

Entretanto, problemas de precisão e atraso entre o pensamento e as ações começaram a surgir um mês após a cirurgia. A empresa, por sua vez, disponibilizou uma atualização de software que corrigiu o desempenho do implante. Atualmente, o chip, apelidado por Arbaugh de Eva, está em fase de treinamento para escrever as palavras pensadas pelo paciente.

O acordo entre Neuralink e Arbaugh estipula um ano de uso e compartilhamento de dados, no qual após esse período, será discutido se os testes continuarão ou se o chip será removido. A tecnologia de interface cérebro-computador promovida pela Neuralink tem o potencial de mudar a vida de indivíduos com dificuldades motoras severas, como Arbaugh, abrindo portas para uma nova era de possibilidades e acessibilidade.

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