O pré-candidato e seu entorno enxergam como trunfos o apoio do presidente Lula (PT), a inclinação da capital à esquerda na eleição de 2022 e uma unidade maior em torno de seu nome, em comparação com a disputa contra o então prefeito Bruno Covas (PSDB). Por outro lado, Ricardo Nunes (MDB), vice que assumiu com a morte de Covas em 2021 e agora mira a reeleição, iniciou cedo a estratégia de tentar neutralizar seu principal adversário, buscando desqualificar Boulos com adjetivos como radical e extremista.
Na eleição passada, Boulos enfrentou Covas no segundo turno e obteve 40,6% dos votos válidos, sendo considerada uma vitória política mesmo na derrota. O pré-candidato cresceu consideravelmente na intenção de votos em comparação com a última pesquisa Datafolha, em que alcançou 32%, seguido por Nunes, com 24%.
No entanto, a liderança de Boulos atraiu holofotes e deixou mais evidentes os escorregões, como a não repudiação veemente dos ataques do Hamas contra Israel. Essa postura histórica de apoio ao povo palestino foi usada para caracterizá-lo como conivente com terrorismo, incluindo a disseminação de fake news contra ele nas redes sociais.
Outro ponto de atenção é a inexperiência no Executivo, que passou a ser um problema diante do maior grau de “expectativa de poder”. Como antídoto, ele criou uma frente para a discussão do programa de governo com auxiliares e técnicos que passaram por outras gestões.
Boulous também consolidou o controle da máquina partidária do PSOL, com a eleição de aliados seus para as cadeiras de direção nos níveis federal, estadual e municipal. A avaliação é que o entrosamento dará tranquilidade maior ao candidato dentro de casa e inibirá casos de fogo amigo.
Em dezembro, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, disse em um evento que Boulos é o “franco favorito”. No entanto, a equipe do pré-candidato evita se empolgar em excesso, pois esperam uma disputa mais dura e virulenta. Esteja preparado para responder aos ataques dos adversários.