Esse montante projetado de mais de 100 bilhões de reais representa um aumento significativo em relação aos 37,3 bilhões de reais pagos em precatórios em 2015. Essa quantia corresponde a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), ultrapassando em 15% o valor que o governo estima pagar em seguro-desemprego e abono salarial no próximo ano.
Com o objetivo de ter uma melhor previsibilidade dessas despesas obrigatórias, o governo pretende utilizar um serviço de inteligência artificial para atuar nas ações judiciais antes de uma decisão final. Isso envolve mapear tendências e possíveis estratégias para a Advocacia-Geral da União (AGU).
Uma das propostas do projeto é melhorar a eficiência na seleção das ações, identificando rapidamente as características de cada processo e fornecendo sugestões de modelos e teses às áreas jurídicas do governo. Além disso, a aplicação robotizada irá gerar estatísticas e análises sobre os processos para facilitar a atuação estratégica da AGU na defesa e na proposição de acordos, especialmente em questões com grande impacto fiscal.
Em um terceiro aspecto, a ferramenta auxiliará os membros e servidores da AGU na síntese de documentos e até na redação de manifestações a serem apresentadas durante a tramitação dos processos na Justiça. Esse esforço visa tornar o processo mais eficiente e estratégico para o governo lidar com essas despesas crescentes em decorrência de decisões judiciais.