O presidente Alberto Fernández entregou o cargo ao ultraliberal Javier Milei neste domingo (10) em meio a uma inflação anual três vezes mais alta e um dólar paralelo 13 vezes mais caro do que quando tomou posse. O resultado disso é um crescimento da pobreza e uma situação econômica precária, o que fez com que o peronista terminasse seu mandato com a reprovação de 80% dos argentinos.
Apesar de algumas ações positivas, como a diminuição do desemprego e investimentos estratégicos na área de energia, a gestão de Fernández foi marcada por decisões questionáveis e resultados insatisfatórios. A inflação disparou, os preços em geral cresceram mais do que os salários e a situação política se deteriorou ao longo dos anos de seu mandato.
A população sentiu os efeitos dessa crise econômica, com um quilo de carne custando 944% a mais do que em dezembro de 2019, e o consumo de carne de vaca diminuindo drasticamente. O desemprego, apesar de ter apresentado melhoras, ainda é uma preocupação e a situação das reservas de dólares também é crítica.
No entanto, apesar de todos os desafios enfrentados e dos resultados insatisfatórios, há quem veja alguns aspectos positivos na gestão de Fernández, como a estimulação do empregabilidade e avanços em obras públicas e no setor energético.
No seu último discurso antes de deixar a Casa Rosada, Fernández reconheceu os fracassos de sua gestão, destacou as circunstâncias desfavoráveis e afirmou que deveriam ter feito melhor. Agora, ele deixa a presidência e parte para a Espanha, deixando para trás um país que enfrenta desafios econômicos significativos e uma grave situação social. A Argentina, que um dia viu o churrasco aos domingos como uma tradição, agora sofre com as consequências do governo que deixa o poder.